Tenho inveja do teu roque. Sim eu sei que pareço seguro de mim mas tenho inveja do teu roque. Tenho inveja de quem está solto, de quem não ambiciona ser estrela e só quer fazer o que lhe dá na cabeça. Tenho inveja disso tudo. Inveja de não caber nas roupas do roque, inveja de quem se contenta com sequências de acordes, invejo isso tudo, mas não se pode ter tudo.
Movem-me as melodias arrepiantes e os azuis bem amanhados, empurra-me o hi-fi, e o canto afinado. Sei que não fui feito para um nicho do mercado. Sei que não fui feito para ser alternativo, o que quer que seja que isso signifique. Fui feito para fazer trocadilhos falar do que me vai acontecendo. Fui feito para ser achincalhado pela crítica e para ser olhado de lado por alguns amigos. Fui feito para o povo, e amo o povo. Quero conquistar o povo. Já faltou mais. 12 é o primeiro dia, não sei qual é o último.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
directo à cabeça
Estou prestes a entrar. Ainda não consegui perceber bem como se abre esta porta mas vou tentar até vingar. Passo tardes sentado a ouvir o Palma, e o Rui Veloso para tentar lá chegar, para entrar no que vai ser o meu futuro.
No fundo já vivo uma vida que ainda não é minha, vivo assim há muito tempo.
Sempre me armei em grande, e sou o primeiro a dizê-lo, acredito plenamente no meu talento, não é que isso me valha muito porque o stress vai inventando as inseguranças que me roem, que me comem, que me consomem lentamente.
Sei ao mesmo tempo que não sou grande coisa, ainda me falta ler muita coisa, ainda me falta ouvir muita coisa, mas o que sou chega-me por agora para largar tudo e cravar as unhas no braço da guitarra.
Vou entrar a matar, directo à cabeça das pessoas que não sabem sequer que eu existo, vou pela porta grande, não sei se vou cair ou se vou andar sempre na corda bamba, antes a corda bamba do que cair. Até gosto da corda bamba.
Quero ser grande sem grandes palavras, sem grandes dissonâncias, sem me esforçar muito, mas tudo o que eu sou vai-se notar, e vai directo à cabeça.
No fundo já vivo uma vida que ainda não é minha, vivo assim há muito tempo.
Sempre me armei em grande, e sou o primeiro a dizê-lo, acredito plenamente no meu talento, não é que isso me valha muito porque o stress vai inventando as inseguranças que me roem, que me comem, que me consomem lentamente.
Sei ao mesmo tempo que não sou grande coisa, ainda me falta ler muita coisa, ainda me falta ouvir muita coisa, mas o que sou chega-me por agora para largar tudo e cravar as unhas no braço da guitarra.
Vou entrar a matar, directo à cabeça das pessoas que não sabem sequer que eu existo, vou pela porta grande, não sei se vou cair ou se vou andar sempre na corda bamba, antes a corda bamba do que cair. Até gosto da corda bamba.
Quero ser grande sem grandes palavras, sem grandes dissonâncias, sem me esforçar muito, mas tudo o que eu sou vai-se notar, e vai directo à cabeça.
domingo, 14 de dezembro de 2008
consome-me
consome-me, gasta o que quiseres, aproveita.
consome-me, sem lei e sem razão, só porque sim.
consome-me, porque preciso que me agarres e me agites.
consome-me, porque sei ser inteiro inteiro quando me acendes.
consome-me, sem lei e sem razão, só porque sim.
consome-me, porque preciso que me agarres e me agites.
consome-me, porque sei ser inteiro inteiro quando me acendes.
sábado, 13 de dezembro de 2008
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
pato à pequim
comias pato à pequim,
no restaurante chinês,
e os teus olhos faziam-me olhos
de quem quer saber mais de mim, depois talvez...
tinhas uma camisola
que tapava o pescoço
e eu fiquei com ganas
de cair nesse poço...
no restaurante chinês,
e os teus olhos faziam-me olhos
de quem quer saber mais de mim, depois talvez...
tinhas uma camisola
que tapava o pescoço
e eu fiquei com ganas
de cair nesse poço...
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
nível zero
Abaixo do rés-do-chão escrevo-te para me puxares outra vez. Estás me sempre a levantar. És tu quem vem sem aviso à procura de um risco para correr, tens que ter alguém para salvar, escolhe-me a mim.
Sou eu a cabeça onde podes entrar para te sentares a ouvir. Ouves tudo com calma e não dizes nada, não dizes nada sem primeiro perceber onde te vais meter. Não escolhes os pesadelos que vais escarafunchar, mas vais levantar-me outra vez. Estás sempre a levantar-me.
Tens uma forma estranha de perceber as coisas, de as dizer de enfiada sem deixar que o tiro passe ao lado. És certeira. Foste certeira no dia em que te mostraste, por fora uma pele branca, nunca branca demais, mas dum branco onde me aptece ficar e deixar-me estar sossegado, e por dentro, por dentro fica um lugar que não cabe neste espaço.
Sou eu a cabeça onde podes entrar para te sentares a ouvir. Ouves tudo com calma e não dizes nada, não dizes nada sem primeiro perceber onde te vais meter. Não escolhes os pesadelos que vais escarafunchar, mas vais levantar-me outra vez. Estás sempre a levantar-me.
Tens uma forma estranha de perceber as coisas, de as dizer de enfiada sem deixar que o tiro passe ao lado. És certeira. Foste certeira no dia em que te mostraste, por fora uma pele branca, nunca branca demais, mas dum branco onde me aptece ficar e deixar-me estar sossegado, e por dentro, por dentro fica um lugar que não cabe neste espaço.
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